10 dezembro 2011

A Nova Novela das Oito



Há duas semanas acompanhamos o desenrolar (ou seria enrolar) da troca de apresentadoras daquele que é o principal jornal da televisão brasileira. A Tv Globo anunciou as mudanças no Jornal Nacional: sai Fátima Bernardes, entra: Patrícia Poeta.
Gosto da Fátima Bernardes, acho que ela é simpática, carismática e, acima de tudo, ela entende a notícia que ela dá. Gosto desse tipo de credibilidade que ela passa.
Já a Patrícia Poeta também é simpática e carismática, mas, pra mim, ela não aparenta saber a notícia que ela dá. Não gostei, por exemplo, da entrevista que ela fez com a presidente Dilma. Acostumada a entrevistar celebridades (Ronaldo, Tom Cruise e afins) em entrevistas chapa branca, achei que ela não teve força o suficiente para conduzir uma entrevista com uma presidente da república. Trecho toma lá dá cá da entrevista aqui

O que eu não entendi foi a novela que se criou em torno de uma simples troca de apresentadoras: Coletiva de Imprensa e 15 minutos de Jornal Nacional dedicados a uma (mais uma vez) simples troca de apresentadoras. Chega a ser constrangedor assistir a essas cenas.
Meu Deus, por quê?
O que vai mudar na vida do telespectador do Jornal Nacional?
Aliás, o que mudou?
No dia seguinte, o Jornal continuou normalmente.
E me faz concluir: Não faz diferença quem apresenta. O que interessa é ter carisma com o público.

De resto, vamos continuar com o showrnalismo, não é Arbex?

23 novembro 2011

O encontro


Sempre achei a palavra "ídolo" muito forte. Tenho inclusive, dificuldades em dizer quais são os meus ídolos. Mas, qual palavra para melhor definir aquele que me mostrou que a escrita pode ser ao mesmo tempo leve e densa? Ao mesmo tempo sobre nada e sobre tudo?
Pois é. O defino como ídolo para essa parte da minha vida. E, não me confundam com uma fanática que respira o ar que ele passa. Não sou assim. No máximo, sei que é casado com a Marina e que já morou e lecionou na América do Norte e Europa, além do Brasil, claro. Sei também que ele escreve de uma forma excelente. E, que se eu chegar a escrever um pouco igual a ele, já ficarei feliz.
Estou falando do Affonso Romano de Sant'anna.
Poeta, professor, escritor, cronista, pensador e tantas outras coisas...
Me ensinou na crônica "Eu sabia fazer café" de 2003, que era possível escrever de uma forma leve que encantasse e que ao mesmo tempo gerasse aquela pulguinha de raciocínio atrás da orelha.
Vale lembrar que na época eu ainda não tinha ido à faculdade e que, por isso, foi ainda mais marcante o conhecer.
Depois de o conhecer pelas crônicas de domingo no Estado de Minas, comprei um livro dele: Tempo de Delicadeza. Livro esse que está todo grifado, pois cada frase dele me tocou de maneira diferente.
O Affonso sempre veio a Belo Horizonte, mas até então, nunca o tinha visto pessoalmente. O vi em inúmeras entrevistas na TV e/ou pelo youtube.
Esse ano, vi em algum site que iria ter o Fórum das Letras em Ouro Preto. E que o Affonso estaria no fórum. Acho que nem pisquei. Inscrevi-me na mesa de debates que ele ia participar (e depois em outras) e comprei minhas passagens.
No dia da palestra dele (era a última que eu veria, no domingo a noite, pouco antes da minha volta à Belo Horizonte) eu estava feliz pois iria vê-lo pessoalmente. No final da mesa de debates, fui ao encontro dele, esperei algumas pessoas conversarem com ele e quando tive a minha chance, não consegui controlar minha emoção. Chorei um dos choros mais sinceros da minha vida. Eram lágrimas de alegria.
Pouco consegui falar, consegui o autógrafo, a foto e explicar que sou fã desde que li “Eu sabia fazer café”. Ele me perguntou algumas coisas (acho que ficou assustado pelo choro) e depois cada um seguiu seu caminho.
Eu fui pra rodoviária mais leve e feliz. Não é todo dia que se encontra com um ídolo e que ele se mostra receptivo.
É isso aí.


29 outubro 2011

O advento aniversário

Todo mundo tem (quando começa a adolescer) aquele sonho de estar pelado no meio da multidão vestida, não é mesmo? Esse sonho aterroriza até os mais depravados. Todos vestidos e só você ali, nu. Pelado, pelado, nu com a mão no bolso. E o pior, ninguém percebe que você está nu, a não ser você. E, quando você acorda, há aquele alívio de ninguém ter visto seu corpo ainda em formação, a sua magreza em excesso, ou a gordura. A falta ou o excesso, sempre.
Escolhi esse parágrafo para iniciar o texto do meu aniversário justamente pelo sonho que tenho agora. Já perdi o medo de estar pelada no meio da multidão. O meu corpo é esse e fazer o que? O meu maior medo agora é estar pelada no meio da multidão e ter que começar a correr. Gente, isso não é justo. Correr mostra a minha displicência em forma de gelatina que poderia também ser chamada bunda. Posso estar exagerando? Posso.
E o fato de meu aniversário ter chegado (bem antes do esperado, rs) joga na minha cara o quanto estou velha. E, o quanto fiquei burra, rs. Explico: Passei praticamente metade deste ano de 2011 acreditando ter 27 anos e me sentindo a velha. Até que no final de setembro eu fiz as contas (nasci em outubro de 1984) e pronto: eu ainda tinha 26 anos! Pode isso?
Sofri por ter  27 anos por pelo menos 6 meses antes de eles realmente se concretizarem. E agora, nesse 29 de outubro de 2011 os completo.
E, já não mais o que sofrer. Agora penso que fico 1 ano e meio com essa idade.
Explico o sofrimento: não tenho síndrome de Peter Pan, tenho total noção de que eu e as pessoas a minha volta também envelhecem. Todas aliás, ganham 1 ano de vida dentro de 1 ano.
Mas, a cada dia que envelheço, verdades duras são mostradas a mim.
Objetivos que antes eram traçados, agora já deveriam ter se tornado realidade. Mas, por “n” razões, culpa (mais) interna e (do que) externa, eles não se realizaram. E, fico triste por que a idade que eu pretendia que algumas coisas acontecessem, não aconteceram. E agora essa idade me atropela. Passa por cima de mim porque independente de você ter vivido ou não o ano que passou, você o envelheceu, você o ganhou e você o perdeu.
Não quero negar o ano de 2011, pois tive um grande aprendizado esse ano, tive mais ganhos do que perdas, com certeza. Mas ainda sim, o objetivo está lá.
Outra verdade que a cada dia se apresenta mais e mais na minha vida é a morte. E, como bem disse Steve Jobs “ninguém quer morrer, até aqueles que querem ir pro céu, não querem morrer pra chegar lá”. Pois, a medida que eu envelheço, meus pais e meus avós também envelhecem.
Esse ano passamos um susto com minha vó internada no cti por uma simples infecção que, se fosse em mim, não faria cócegas. Mas, como foi nela, fomos preparados para a morte (aqui cabe a palavra tenso).
Ano passado, a vó de umas das melhores amigas que a vida pôde e pode me dar, faleceu. Esse ano, umas duas semanas atrás, a vó de outra dessas melhores amigas faleceu também. É, a dona morte não brinca em serviço. Isso sem contar mãe de amigo ou pai de amigo que já foram.
A morte é um processo da vida. E, por mais que eu seja espírita e, acredite que a morte é na verdade a desencarnação, não acho que consigo separar as emoções. Não acho que consigo ser racional em uma hora que tudo é emocional. A morte é despedida. Mesmo que temporária, é uma despedida.
E, de repente, meu post de aniversário virou luto.  (Eu sempre divago, esse deveria ser o nome do meu blog).
E, vamos a mais uma verdade: aposentadoria,lógico que estou longe dela, mas meu pai já se aposentou e minha mãe está próxima disso e, esse ano tudo o que eu escutei foi: faça previdência privada. Fiz. E, já conheço todos os desesperos que aposentados passam (só ainda não os vivi, mas é questão de tempo).
É, meus queridos, envelhecer não é fácil não.
E, como dizem por aí, se fosse fácil chamava dormir de conchinha e não vida.

24 outubro 2011

O Verdadeiro Recordista

Foi há quatro anos e poucos meses. Antes do Pan no Rio de 2007 (acho que em abril) e o sujeito nessa frase é o Hugo Hoyama. Eu já fazia a produção do programa de rádio Bumerangue (rádio UFMG educativa 104,5) e aconteceu do torneio de tênis de mesa ser no Minas Tênis Clube e o Hugo estar aqui e ter topado participar de uma entrevista para o programa. O problema (ou solução) era que alguém tinha que ir até o Minas Tênis para entrevistá-lo e, os dois apresentadores do programa não podiam (pra quem é de BH, sabe que a UFMG fica na Pampulha e o Minas Tênis em Lourdes, ou seja, longe).

Por isso, lá fui eu fazer a entrevista. A minha primeira ao vivo e, sabem como é, a primeira vez a gente não esquece. E, em caso de esquecimento, registro no blog para ler depois, rs.

Cheguei no Minas Tênis nervosa e com medo de fazer bobagem, pois apesar de escrever roteiros com facilidade, só soube que iria entrevistá-lo em cima da hora, o que me custou uma rápida pesquisada no Google (desculpa aê, mas é o desespero mesmo) para saber tudo sobre ele em cinco minutos: recordes, competições, time que torce, encerramento de carreira (que iria ser no Pan do Rio, aliás).

A entrevista foi ao vivo, por celular com algumas perguntas feitas por mim e outras no estúdio. Deu tudo certo (no final dizem que sempre dá, né). Mas o que é importante frisar é a educação e a boa vontade com a qual fui tratada por ele e por sua equipe. Afinal, ele não precisava dar entrevista para um programa de rádio universitário. No final, ainda perguntou se era só aquilo mesmo, porque tinha sido rápido.

Fui embora de lá satisfeita com o resultado. A entrevista tinha sido legal e o principal, o entrevistado tinha sido ótimo. Soube sentir o meu nervosismo (contei que era minha primeira entrevista ao vivo) e me respeitou. Tinha muita educação ali.

Foi também há quatro anos e poucos meses. Antes e depois do Pan no Rio e o sujeito nessa frase é o Tiago Pereira que, apesar de carioca, treinava no Minas Tênis todos os dias. Nosso programa era ao vivo na sexta-feira e tentávamos a todo custo entrevistá-lo (ao vivo ou gravado, no estúdio por telefone ou presencialmente por telefone ou gravador, não tinha problemas, queríamos entrevistá-lo).

Tínhamos um problema: ele não queria ser entrevistado. Pelo menos não por nós. Na globo, eu sempre o via (enfim, sabemos o motivo). Mas, o problema não era não querer ser entrevistado por um programa de uma rádio universitária. O problema era o assessor dele sempre confirmar uma entrevista ao vivo no horário do programa (nosso programa sempre tinha uma entrevista ao vivo) e, na hora de ligarmos, o telefone simplesmente não atendia, ou quando atendia, era o assessor dele que dizia que “ele está na piscina, não pode dar entrevista agora”. Sabíamos que ele sempre estaria na piscina. Mas, além de combinarmos a entrevista, sempre combinávamos o horário dela. Ou seja, quando a entrevista era confirmada todos sabiam o horário e o assessor sabia que ele estaria na piscina. Essa brincadeira de “good cop, bad cop” cansava. O nadador era o bom que não sabia nada e o assessor, o ruim que fazia as “maldades”.

Esse ano, os dois estão no Pan no México e Tiago Pereira bateu o recorde do Hugo Hoyama de maior medalhista brasileiro em pan-americanos. Algumas bizarrices que a cobertura do Pan da Tv Record nos trouxe, foi a repórter Adriana Araújo (que cobria a natação lá da piscina) pedindo ao Tiago assim que saiu da piscina para lhe dar um abraço (Oi?). É repórter ou fã? Ou melhor, quer ser Fátima Bernardes e a seleção de futebol? Não consegue. Primeiro, porque pareceu não combinado. Segundo, porque o Tiago Pereira não pareceu se alegrar muito com a idéia. Terceiro, porque o César Cielo estava lá também. Ah vá, que se eu posso pedir um abraço pro César Cielo eu vou pedir pra Tiago Pereira? Não convenceu e se tentou emocionar alguém, foi de vergonha. Ninguém chora com isso (porque a nova moda é fazer telespectador chorar).

Eu divago...

Só pra concluir que pra mim o título de recordista em Pans, pouco importa. O Hugo merece mais destaque na imprensa e no Brasil pelo carisma e principalmente por se destacar em uma modalidade que não tem destaque no Brasil. Mas, recordes existem para serem batidos. E, se Tiago bateu esse recorde, mereceu e foi melhor.

Agora, pensemos em olimpíadas, pois o que vimos em Pequim 2008 (na natação), é que o Pan pouco importa para estabelecer quem ganhará nas olimpíadas (a não ser por César Cielo). Afinal, no Pan o Brasil vai com primeiro time e Estados Unidos com universitários.

Ah Brasil! Quando investirá em esportes pra valer?

13 outubro 2011

Aquele que sobrou


Não estou defendendo. Apenas expondo fatos. Dito isso, resolvi escrever sobre Rafinha Bastos. Antes um breve relato sobre nós dois. E, não, ele não me conhece.

Quando entrei no twitter (2009) era o início do cqc e a febre dos cqc’s maníacos. Fiz o meu perfil e sem saber direito como aquilo funcionava, comecei a seguir todos os caras descolados do cqc, eu os achava engraçados e achava o programa inovador e chocante pela sua proposta.

Por isso, era seguidora fiel e ria de suas piadas. Até que chegou ao ponto de as piadas já não terem mais tanta graça assim. A partir do momento que o desconforto ficou maior que a graça da piada, minha consciência me alertou.

E, o exato momento foi quando li em uma entrevista para a Rolling Stone, o Rafinha dizendo que uma mulher feia que fosse estuprada deveria agradecer, pois só assim iria conseguir... Nunca fui estuprada, mas não posso rir de uma “piada” tão ridícula e ignorante. Sou incapaz de aceitar que seja uma “piada” e pior ainda, de aceitar que pessoas conseguem rir disso no seu show.

Só de parar pra pensar do horror que é um estupro, porque acaba com a vida da vitima (quem apaga essas marcas?), porque destrói vidas, lares e famílias. Porque é um crime de horror e cruel.  E, meu Deus, é impossível aceitar que façam uma piada de tamanho mau gosto com um fato que definitivamente não é engraçado.

Isso não é humor. Isso é crueldade.


A partir desse momento, ele perdeu todas as fichas comigo. É claro que já não o sigo mais no twitter (ele e a maioria dos cqc’s, mas isso aqui não é trollagem oficial). E, já não assisto tanto o programa, mas porque já não o acho mais tão legal assim.

O que mais me irritou em toda essa história é o cara falar a piada que quiser em um programa ao vivo e no teatro no seu stand up mas, só quando fala de uma cantora que é casada com um empresário e amigo de Ronaldo é que o cara é repreendido. Ora, vá!

O cara disse coisa pior antes e deveria ter sido repreendido por isso lá. Agora, ele está se tornando uma vitima, porque há uma mobilização a favor dele. Gente que quer crucificar a band por não ter feito nada contra o Boris Casoy e o caso dos garis e que fez agora com o Rafinha.

Sério que o Ronaldo tem tanto peso assim de decisão na band? Foi só ele falar que não aprovava (quase 10 dias depois do ocorrido) que o Marco Luque (que riu da piada ao vivo) fez uma declaração de que não achava graça nessa piada. E, foi só aí que a band o suspendeu.

O que declararam os patrocinadores?

Depois de duas semanas suspenso e uma matéria cortada, Rafinha pediu demissão da band, demissão essa que ainda não foi aceita, pois a band não quer que ele vá pra concorrência. E, gosta de ter ele na casa. Entendeu alguma coisa?

Até agora, ele deu uma entrevista para o IG respondendo as perguntas com receita de bolo, remetendo à época da ditadura militar que, quando uma matéria era censurada, saia no jornal uma receita de bolo em forma de protesto. Ou seja, ele é o censurado, injustiçado e a band a vilã.

O que eu posso concluir é que o maior erro dele foi ter feito piada com o famoso errado. Pois, se fazer piada de estupro pode e, dizer que a mulher é gostosa a ponto de “comer ela e o bebê” não pode, eu não entendo mais nada.

12 outubro 2011

Dia de?

Eu estava lá. Sim, eu vi ao vivo no multishow o momento da entrevista com a Cristiane Torloni. Ela estava cômica. O jeito que ela fala é muito pausado e devagar. Eu ri na hora.


O slogan do Rock in Rio desse ano foi “Hoje é dia de Rock, bebê” graças a ela. Na internet, virou uma febre. Assim que o vídeo foi para o youtube, incontáveis perfis o compartilharam no facebook e no twitter só se falava disso. Portais de notícias também.


No dia seguinte, a assessoria da atriz disse que ela é daquele jeito e que é budista, por isso a forma de falar. E, que não daria mais entrevistas durante todo o Rock in Rio.

Não lembro se para ser budista tem que falar daquele jeito (help me Google), mas o que mais me intrigou nessa história foi que se a resposta da assessoria é de que ela é daquele jeito porque é budista, porque não dar outras entrevistas então? Porque a vergonha de ser o que é?


O público (eu inclusive) está acostumado a vê-la em novelas, seja como Helena de Manoel Carlos ou a atual Tereza Cristina de Aguinaldo. Não conhecemos a Cristiane. E, quando pudemos conhecer (e estranharmos um pouco, é verdade), ela se fechou e não vai dar entrevistas.


Acho estranho isso.


Ps: Esse post demorou mais que o esperado, mas enfim, vai ter outro post que remete ao Rock in Rio por ai...

Quando a chuva passar...


Ontem (11/10/11) Belo Horizonte foi inundada por um temporal. Choveu o equivalente a 10 dias do esperado em outubro, dizem.

Choveu tanto que inundaram algumas ruas da cidade, árvores caíram e por conseqüência, fios elétricos se romperam. No BH Shopping, parte do teto de gesso caiu em cima das pessoas (ninguém se feriu gravemente, ainda bem). Mortes? Uma. Um motociclista foi eletrocutado por um cabo de energia partido.

Mas o objetivo desse texto é que quando eu abri o facebook e o twitter, li vários perfis xingando a Cemig (Cia de energia elétrica de Minas) porque a luz tinha acabado. E, eu fiquei revoltada com esses xingamentos. Poxa, ruas inundaram, fios de luz arrebentaram, teto de shopping cai, telhados foram arrancados, granizo caindo e gente começa a xingar a Cemig porque a luz acabou?

Porra, gente.

É óbvio que iria acabar. Acabou na minha casa, no meu trabalho, nos shoppings, no trabalho da minha mãe, em todo o centro da cidade. Aliás, onde não acabou a luz?
Acho que devíamos nos acalmar com essas situações. A luz acabou porque o mundo quase acabou em Belo Horizonte.

Daqui a pouco começam a fazer evento no facebook contra a Cemig. E, a Cemig faz contra São Pedro, não é?!. Vamos pensar na pessoa que morreu e nos tantos que ficaram alagados. Ou até nos tantos que tiveram seus carros quebrados e amassados por árvores. Ou nos tantos que ficaram horas esperando ônibus que não passavam porque o trânsito ficou caótico.

É claro que a luz iria acabar. E, é lógico que ela tem que voltar. Mas, temos que ser menos irracionais quando essas coisas acontecem. Escrever no facebook um post xingando a Cemig só pra ganhar alguns likes e para as pessoas te acharam cool e revolucionário é demais.

09 outubro 2011

iSad

Sempre tive meus receios sobre o iPhone. Sempre achei que não tinha a destreza suficiente para mexer numa tela totalmente Touch. Até eu ver esse vídeo aqui: Apresentação do primeiro iPhone e me sentir uma completa idiota por usar um teclado Qwerty. E, me sentir uma completa idiota por ainda não ter um iPhone.

Sério, Steve Jobs vendia a marca, a idealização da marca, o status dela. Mas, vendia. E, me convenceu em ter um aparelho dele só na apresentação, sem eu nem saber o preço (no Brasil é o olho da cara, né). Só tenho (por enquanto) um produto da Apple, um iPod shuffle adquirido esse ano pela minha necessidade de escutar música.

Quando o aparelho chegou, eu percebi que não tinha comprado simplesmente um tocador de música. Eu comprei todo um conceito da Apple para a música. Porque ele vem em uma caixa branca toda cheia de estilo com a maça mordida, que eu não tenho coragem de jogar fora (ela guarda o USB do tocador, vai). Mas com ela deu pra entender um pouco mais sobre o Apple maníacos.

Tenho dois irmãos que tem o iPad, tenho uma amiga que tem o Mac e o iPod touch e o pai dela tem o Mac e o iPhone. E, são pessoas que não se arrependem do preço que pagaram pelos produtos. São satisfeitas com o que compraram.

Quem compra Apple, compra a marca, o conceito, a idéia, a tecnologia, o pioneirismo, a qualidade.

Não sei o que vai acontecer com a Apple agora que o Steve Jobs morreu. Sei que perdemos um visionário. Alguém definitivamente além do seu tempo. Sofreu por um câncer no pâncreas, precisou de um transplante no fígado, mas continuou lá. Trabalhando e nunca deixando se abater. Percebemos em uma rápida visita ao Google o quanto Steve emagreceu nos últimos anos.

Percebi o quanto ele estava lúcido e esclarecido sobre a vida quando vi o vídeo dele em Stanford. E, com três frases do discurso, encerro meu post-homenagem a ele. Que vá em paz.

“Lembrar que em breve estarei morto é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar as grandes decisões da minha vida.”

“Lembrar que se vai morrer é a melhor forma que eu conheço de evitar a armadilha de pensar que se tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.”

“A morte é provavelmente a melhor invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela tira o velho do caminho para dar espaço ao novo.”

02 setembro 2011

A Viagem

Fernão Dias

Sempre quis conhecer Aparecida. A Basílica sempre me pareceu de uma grandeza e beleza única. Acredito que lugares construídos por fé e devoção são especiais. Por isso, gosto de visitar igrejas. Elas exercem um fascínio em mim impressionante. Nota para a vida: conhecer Roma.

Mas voltando, meu pai foi a Aparecida uns dois anos atrás e me prometeu que iria comigo um dia. Enfim, esse dia chegou quando eu entrei de férias em agosto desse ano. Decidimos ir de carro ao invés de avião. O carro faria com que pudéssemos passear dentro da cidade e entre cidades. Decidimos também, conhecer a Canção Nova (renovação carismática da igreja católica) que fica em Cachoeira Paulista (20 minutos de Aparecida pela Via Dutra).

Então fomos. Saímos em uma quarta-feira cinco da manhã e pegamos estrada. Viajamos até meio dia. Estrada boa, sem chuva e o Sol não estava tão forte. Pegamos a rodovia Fernão Dias até Varginha e de lá foram várias MGs até chegar a São Paulo.

Ficamos em Cachoeira Paulista (a cidade é mais tranqüila e mais barata que Aparecida) e de lá mesmo conhecemos Canção Nova, que é grande também, (dizem que tem 5.000 funcionários) possui um canal de televisão e uma estrutura enorme. Um galpão do tamanho de um gramado de futebol (medido no olho mesmo) para as missas maiores e um galpão menor (metade do tamanho do maior). Tem lanchonetes e cafezinho por R$0,50. Além de missa, claro. E, loja de brindes, claro também.

Na quinta-feira, fomos cedo para Aparecida. Nem preciso mencionar o quanto achei a Basílica linda. Lá dentro, tudo transmite uma fé e devoção sem tamanho. Gente chegando de joelhos, gente que foi do sul de minas pra lá a pé, gente de toda a América do Sul (Argentinos, Uruguaios e Bolivianos cantando Ave Maria em espanhol para a imagem da santa original está na minha memória das coisas mais belas que presenciei).

Histórias de milagres e uma sala enorme cheia de presentes de gratidão, de graças alcançadas, de agradecimento. A sala de velas enorme e toda queimada praticamente. Na torre, um museu que emociona com as histórias (quem for não deixe de ler as histórias do cavalo na pedra e da menina cega).

E, também brindes, um mini-shopping e uma praça de alimentação muito boa (come-se de tudo por R$ 10,00). Ou seja, não precisa ir à cidade de Aparecida. Só a Basílica já basta. Quem está de carro chega fácil e quem vai de ônibus, a rodoviária é do lado.

Voltamos para Cachoeira para dormir e na sexta-feira de manhã fizemos nosso caminho de volta, porém com uma mudança: decidimos passar por Campos de Jordão. Subimos a serra e chegamos à cidade mais charmosa de São Paulo. Estava frio demais, choveu e depois abriu um Sol danado. E, isso tudo em 2 horas e meia que ficamos na cidade. A cidade é linda e cara. Fiquei boba com os preços de tudo lá. Realmente precisa ser rico para existir naquela cidade.

Depois de uma breve visita, voltamos para Minas Gerais. Em resumo, entre paradas no Graal, pão com lingüiça da estrada, caminhoneiros loucos cortando, confiança nas estradinhas do guia 4 rodas... Valeu muito a pena essa viagem! Pela beleza da vista e das visitas e pela companhia! Quem diria que um pai de três filhos homens iria se aventurar na estrada com trechos desconhecidos com sua única filha? Pois é.

Eu e Papai em Campos de Jordão
Valeu a pena e recomendo muito pra quem curte esse tipo de viagem. Eu acostumei tanto com avião que tinha me esquecido como era viajar de carro e, digo que se essa viagem fosse de avião, não seria tão legal assim. Viajar de carro tem uma magia. Ver o Sol nascer, ver o Sol se pôr na estrada é sem preço. Da mesma forma que entrar em várias cidadezinhas de Minas Gerais, daquelas pequenas e lindinhas e ver também em frente Três Corações um Pelé gigante anunciando a cidade. Pena que não entramos em Varginha pra ver o E.T., única falha da viagem.

09 agosto 2011

O Princípio do Fim


Sou mineira e por isso, tenho orgulho de algumas tradições. Uma delas acabou em agosto de 2011. Desde o primeiro filme, vejo no cinema com minha mãe.
Em novembro de 2001, foi lançado no cinema o filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (sim, eu estou falando de Harry Potter). Desde então, foram dez anos de maratona de cinema com minha mãe e, dentro desse tempo aconteceu: a compra de todos os livros da série (e a leitura deles), a compra de todos os filmes e, a maratona em DVD de todos os filmes anteriores àquele do lançamento, bem antes do lançamento.

O que acontece é que em agosto de 2011, essa tradição acabou. O último filme foi lançado e foi visto (será comprado assim que lançado e será visto em uma futura maratona), mas não é a mesma coisa. E, olha que não escrevo sobre a história dos filmes (ou livros) que pra mim é uma das histórias mais legais e bem amarradas que eu já li. Jamais conseguirei descrever a emoção de um Expecto Patrono utilizado após o Vira Tempo naquele que pra mim é o melhor filme da série, o “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”.

Ou sobre o professor Snape que foi interpretado por um excelente ator e navegou entre vilão e mocinho durante toda a história? E Ralph Fiennes (que eu amo e casaria) que interpretou perfeitamente aquele que não deve ser nomeado e até conseguiu me dar medo. Ou a cena final, em que Harry está em um limbo (A origem? Rs) e, vivo mas enganando a todos (li os capítulos finais do último livro em uma noite. Dormi de madrugada pra isso) e como chorei no fim.

Da mesma forma que chorei no final do filme. Chorei pela história, pelos personagens e pelo fim. Acabou. E, não só acabou a série, os livros e os filmes. Acabou também a ida tradicional e certa ao cinema com a minha mãe.

É claro que ainda vamos ao cinema juntas, filmes espíritas geralmente são os principais vistos por nós. Mas, nada se compara à expectativa de ver um filme totalmente fictício e, adolescente (adulto também, né?!). Vai uma cerveja amanteigada aí?

02 agosto 2011

And I Go Back To Black...


Pra ler ouvindo: Love Is a Losing Game
 


 Mais uma vez demoro uma semana para escrever sobre um assunto marcante. Dessa vez, foi a morte (anunciada?) da Amy. E, me deparo com a triste coincidência de o último texto que eu escrevi no blog ter sido justamente sobre o show dela que eu fui.

Lembro-me de quando a Amy lançou “Tears dry on their own” e o clipe dessa música tocava em exatamente todos os intervalos comerciais do canal AXN e eu assistia a todos os intervalos comerciais do canal. Eu literalmente decorei o clipe (a música então, nem precisa comentar, rs). Gostei da letra “I'll be some next man's other woman soon” é perfeito, não?!

E, a partir daí que comecei a pesquisar sobre a Amy e gostar dela. “Back to Black” me ganhou por completo. E aí o DVD “I Told You I Was Trouble”, que é ótimo, gravado de um show e tals. Por isso, não posso “me gabar” de ter “conhecido a Amy desde Frank e vocês não, seus sem cultura e blá”. No mínimo, fodas pra essas pessoas. Desde quando é importante conhecer um artista antes que outro o conheça?

O artista é seu? E, só você tem o direito de ser fã? É necessário se gabar com o “eu vi primeiro”. Porque olha, a não ser que você seja o cara que descobriu e lançou o artista, pouco me importa se você o conheceu antes ou depois de mim. Mas, eu saio do assunto...

Voltando, fiquei feliz por ter ido ao show dela esse ano. Show esse que fiz questão de ir desde que começaram a vender os ingressos. Sobre o show, leia o post abaixo.

Desde então, nada dela. Só o show que ela não terminou (e nem começou) na Turquia (era lá mesmo? Preguiça de procurar no Google agora). Mas, voltando de novo, sempre achei foda o fato de ela escrever aquelas letras. “Back to Black” é foda também, não é?! Eu poderia ter iniciado o post com o pra ler ouvindo todo o cd, mas vocês já devem conhecê-lo. Essa música que eu coloquei não só é linda, mas tem um clipe lindo de montagens de shows. Vale a pena. Aliás, os clipes da Amy também são fantásticos. Por isso, fiquei triste. Perdemos um artista.

No dia 23 de julho eu estranhamente não entrei na internet e deixei meu celular no silencioso. Lá pelas três da tarde, dentro do supermercado, pego o meu celular e vejo uma mensagem: “Você viu que a Amy morreu? Na internet e na televisão só se fala disso”. Pronto. Ali eu já perdi um pouco do chão. Pode ser pelo momento da vida um pouco delicado que eu estava passando (com doenças na família e tals), mas pensei: “Não agüento essa”.

E, parece final de crônica ou um poema daqueles gracinha, mas no mesmo momento, tocou na rádio do supermercado a versão de "It's My Party" gravada por ela no ano passado em um cd em homenagem ao cantor Quincy Jones.

Pronto. Chorei ali mesmo.

Que ela vá com Deus e que tenha muita luz no caminho.

22 janeiro 2011

Amy

Para ler ouvindo: Tears Dry on Their Own

Quando comprei os ingressos para ir ao show da Amy, criei expectativa de ver o show que eu tenho em DVD (I told i was trouble, live in London).  O problema é que o dvd foi lançado em 2007 e de lá pra cá não foram somente quatro anos que se passaram.

A moça surtou, bebeu, se drogou, foi internada, colocou silicone, bateu em fãs, faltou em 2 shows em Paris. Enfim, muita água passou por debaixo daquela ponte. Por isso, o justo com a cantora seria criar a expectativa de que ela realmente viesse ao Brasil.

No primeiro show em Floripa ela cantou e bebeu, no segundo show no Rio ela cantou 10 músicas (parece que cansou de cantar) e saiu do palco, no terceiro show (segundo do Rio) ela cantou todas as músicas de novo, no quarto show em Recife ela cantou, bebeu, caiu e levantou.

Aí chegamos a São Paulo, que foi o lugar escolhido por mim para ir ao show (alguns fatores para a escolha: Amo São Paulo, show no sábado, amigos por lá e amigos daqui indo pra lá). Quando chegamos ao show (éramos quatro), estava tocando um mix de artistas do Brasil, ruim não foi, mas não passou do bom também.

Quando começou o show do Mayer Hawthorn (que confesso, nunca tinha ouvido falar e, parte do público também), eu esperava que não fosse tão bom, mas foi! O cara tem uma voz linda, músicas ótimas, é super agradável, conversa e interage com a platéia (inclusive contou uma história ótima que foi confundido com Tobey Maguire no aeroporto de Floripa) e, estava todo arrumado, com terninho azul.

Janelle Monáe começou o show com um vídeo no telão falando um monte de coisas que no início era para ser impactante, mas no fim se tornou massivo e cansativo (era um festival com 30 mil pessoas, quem iria prestar atenção?). O show dela inclui performances, danças junto com a banda, pintura de um quadro durante uma música, rolar no chão, molhar o cabelo (atrapalhar o cabelo) e passos e tendências ao estilo Michael Jackson. A voz dela é linda demais, mas o show é exagerado (pelo menos ao meu ver), achei ela meio louca demais.

E chegamos á Amy. Pra começar, foi o show que mais demorou e, eu estava tensa imaginando que ela não iria aparecer, que estava bêbada no seu hotel em Santa Tereza (bairro de BH, mas ela estava no do Rio mesmo). Mas ela apareceu, cantou meio fora do ritmo, esqueceu uma letra e cantou a música toda novamente, mas cantou. Que voz ela tem! Agradeço muito por ter ido ao show dela. Voz linda mesmo! Nas duas primeiras músicas, tive a impressão de que ela estava chorando, os olhos estavam lacrimejando, pareceu. Quando começou a cantar as músicas de Back to Black, a platéia foi ao delírio, cantou todas as músicas junto com a Amy e, por isso, não dava para escutar direito a própria (e, eu estava lá pra que mesmo?) por isso, por mais que eu amei quando cantou "Tears Dry on their Own", "Back to Black" e "Love is a Loosing Game" entre outras, foi quando ela cantou “I Heard Love Is Blind”, por exemplo, (que pouquíssimos sabiam cantar junto) foi que pude escutar a capacidade de voz que ela tem, e, meu Deus! Que voz linda! Que poder!  E, que desperdício.

Desperdício uma pessoa dessas se acabar com as drogas. Uma pena. Uma pena maior quando parte da platéia vibrava toda vez que ela bebia algo em uma caneca. Uma cambada de adolescente querendo se mostrar transgressor e aplaudindo a decadência de um ídolo (não deles, mas meu pelo menos). 

O show dela deveria ter sido em local menor. Tem caráter mais intimista, um Palácio das Artes de Belo Horizonte, por exemplo. Claro que o lucro naquele lugar (Arena Anhembi) vezes 5 apresentações é melhor para a produção, mas por vezes eu prefiro a qualidade da produção. Paciência.

Um detalhe: Acabou a cerveja do show justo no show da Amy. Irônico, não é?!

Ps 1: Demorei uma semana para escrever sobre, pois li tantas criticas que me confundiram um pouco.

Ps 2: Parece que virou moda falar mal da Amy e de todos os shows dela. Ela não interage muito com a platéia, mas acredito que é o jeito dela. Super introspectiva. Como eu não espero que um cantor seja um animador de festa, eu gostei muito do show e ainda bem.