12 agosto 2012

Adorável Professor


Muito mais do que conhecimento teórico e técnico, um professor precisa de amor para repassar o seu conhecimento.


Semana passada eu tive a oportunidade de fazer um curso de Teoria, Linguagem e Critica Cinematográfica. Eu já havia feito uma matéria em um semestre na faculdade sobre cinema (História e Análise da Produção Audiovisual Contemporânea, a famosa HAPAC na PUC). Na faculdade, estudei sobre os irmãos Lumière, sobre Eisenstein e até fiz um videoclipe baseado no Expressionismo alemão a partir do “O Gabinete do Dr. Caligari” (que o youtube insiste em não me deixar publicar).

Acontece que a matéria que eu tive na faculdade não foi boa. Pelo simples fato de a professora não conseguir transmitir o conhecimento dela para a turma. Faltava entusiasmo ali e faltava querer passar o que já sabia para os alunos que não sabiam nada. Por isso, o semestre foi mal aproveitado.

Mas, o que eu quero com esse texto é enfatizar o curso que eu fiz na semana passada, ministrado pelo critico de cinema Pablo Villaça. O curso possui um cronograma que engloba crítica, narrativa, direção, montagem, roteiro, entre outros.

Foram mostradas cenas de vários filmes para que a turma conseguisse ver na hora o que tinha acabado de aprender (o que me fez fazer uma lista dos filmes que eu preciso rever e dos que eu preciso ver. Aliás, quem souber como consigo ver “Doze homens e uma sentença”, de 1957, eu agradeço).

 O que mais me surpreendeu no curso é a aula que enfatiza a psicanálise (sem nenhum spoiler aqui). A identificação do espectador no cinema baseado nos estudos de Freud e Lacan me deixou surpresa, pois não tinha conhecimento dessa visão.

No último dia do curso, o Pablo nos mostra como escreve suas críticas e nos orienta a escrevê-las o mais rápido que pudermos para conseguirmos colocar no papel aquilo que aprendemos durante os 5 dias de curso (que poderiam ser mais, pois o curso é muito bom).

E, é exatamente isso. Ele não precisaria repassar o conhecimento para ninguém. Poderia ser um crítico e só. Mas não, ele pode ser mais. Ele pode te ensinar o que ele sabe e faz. Ele pode te indicar todos os livros necessários e todos os filmes (vejam todos os filmes possíveis, ele diria). Ele pode inclusive te ajudar na carreira de crítico de cinema.

Isso é amor por aquilo que faz. Isso é segurança e certeza de um trabalho bem feito. E está aí uma característica que eu admiro no ser humano. A capacidade e, principalmente, a vontade de repassar o conhecimento adquirido durante a vida. E aí é preciso de amor, de gostar e ter paixão pelo trabalho que faz.