24 outubro 2011

O Verdadeiro Recordista

Foi há quatro anos e poucos meses. Antes do Pan no Rio de 2007 (acho que em abril) e o sujeito nessa frase é o Hugo Hoyama. Eu já fazia a produção do programa de rádio Bumerangue (rádio UFMG educativa 104,5) e aconteceu do torneio de tênis de mesa ser no Minas Tênis Clube e o Hugo estar aqui e ter topado participar de uma entrevista para o programa. O problema (ou solução) era que alguém tinha que ir até o Minas Tênis para entrevistá-lo e, os dois apresentadores do programa não podiam (pra quem é de BH, sabe que a UFMG fica na Pampulha e o Minas Tênis em Lourdes, ou seja, longe).

Por isso, lá fui eu fazer a entrevista. A minha primeira ao vivo e, sabem como é, a primeira vez a gente não esquece. E, em caso de esquecimento, registro no blog para ler depois, rs.

Cheguei no Minas Tênis nervosa e com medo de fazer bobagem, pois apesar de escrever roteiros com facilidade, só soube que iria entrevistá-lo em cima da hora, o que me custou uma rápida pesquisada no Google (desculpa aê, mas é o desespero mesmo) para saber tudo sobre ele em cinco minutos: recordes, competições, time que torce, encerramento de carreira (que iria ser no Pan do Rio, aliás).

A entrevista foi ao vivo, por celular com algumas perguntas feitas por mim e outras no estúdio. Deu tudo certo (no final dizem que sempre dá, né). Mas o que é importante frisar é a educação e a boa vontade com a qual fui tratada por ele e por sua equipe. Afinal, ele não precisava dar entrevista para um programa de rádio universitário. No final, ainda perguntou se era só aquilo mesmo, porque tinha sido rápido.

Fui embora de lá satisfeita com o resultado. A entrevista tinha sido legal e o principal, o entrevistado tinha sido ótimo. Soube sentir o meu nervosismo (contei que era minha primeira entrevista ao vivo) e me respeitou. Tinha muita educação ali.

Foi também há quatro anos e poucos meses. Antes e depois do Pan no Rio e o sujeito nessa frase é o Tiago Pereira que, apesar de carioca, treinava no Minas Tênis todos os dias. Nosso programa era ao vivo na sexta-feira e tentávamos a todo custo entrevistá-lo (ao vivo ou gravado, no estúdio por telefone ou presencialmente por telefone ou gravador, não tinha problemas, queríamos entrevistá-lo).

Tínhamos um problema: ele não queria ser entrevistado. Pelo menos não por nós. Na globo, eu sempre o via (enfim, sabemos o motivo). Mas, o problema não era não querer ser entrevistado por um programa de uma rádio universitária. O problema era o assessor dele sempre confirmar uma entrevista ao vivo no horário do programa (nosso programa sempre tinha uma entrevista ao vivo) e, na hora de ligarmos, o telefone simplesmente não atendia, ou quando atendia, era o assessor dele que dizia que “ele está na piscina, não pode dar entrevista agora”. Sabíamos que ele sempre estaria na piscina. Mas, além de combinarmos a entrevista, sempre combinávamos o horário dela. Ou seja, quando a entrevista era confirmada todos sabiam o horário e o assessor sabia que ele estaria na piscina. Essa brincadeira de “good cop, bad cop” cansava. O nadador era o bom que não sabia nada e o assessor, o ruim que fazia as “maldades”.

Esse ano, os dois estão no Pan no México e Tiago Pereira bateu o recorde do Hugo Hoyama de maior medalhista brasileiro em pan-americanos. Algumas bizarrices que a cobertura do Pan da Tv Record nos trouxe, foi a repórter Adriana Araújo (que cobria a natação lá da piscina) pedindo ao Tiago assim que saiu da piscina para lhe dar um abraço (Oi?). É repórter ou fã? Ou melhor, quer ser Fátima Bernardes e a seleção de futebol? Não consegue. Primeiro, porque pareceu não combinado. Segundo, porque o Tiago Pereira não pareceu se alegrar muito com a idéia. Terceiro, porque o César Cielo estava lá também. Ah vá, que se eu posso pedir um abraço pro César Cielo eu vou pedir pra Tiago Pereira? Não convenceu e se tentou emocionar alguém, foi de vergonha. Ninguém chora com isso (porque a nova moda é fazer telespectador chorar).

Eu divago...

Só pra concluir que pra mim o título de recordista em Pans, pouco importa. O Hugo merece mais destaque na imprensa e no Brasil pelo carisma e principalmente por se destacar em uma modalidade que não tem destaque no Brasil. Mas, recordes existem para serem batidos. E, se Tiago bateu esse recorde, mereceu e foi melhor.

Agora, pensemos em olimpíadas, pois o que vimos em Pequim 2008 (na natação), é que o Pan pouco importa para estabelecer quem ganhará nas olimpíadas (a não ser por César Cielo). Afinal, no Pan o Brasil vai com primeiro time e Estados Unidos com universitários.

Ah Brasil! Quando investirá em esportes pra valer?

2 comentários:

thiago silva disse...

Não sei se esse é o local apropriado mas eu tive uma professora de natação que treinou com o chara ai e confirma o que você disse, a humildade passa longe...

Nívea Marco disse...

Aqui é o local sim, Thiago! Obrigada!