22 janeiro 2011

Amy

Para ler ouvindo: Tears Dry on Their Own

Quando comprei os ingressos para ir ao show da Amy, criei expectativa de ver o show que eu tenho em DVD (I told i was trouble, live in London).  O problema é que o dvd foi lançado em 2007 e de lá pra cá não foram somente quatro anos que se passaram.

A moça surtou, bebeu, se drogou, foi internada, colocou silicone, bateu em fãs, faltou em 2 shows em Paris. Enfim, muita água passou por debaixo daquela ponte. Por isso, o justo com a cantora seria criar a expectativa de que ela realmente viesse ao Brasil.

No primeiro show em Floripa ela cantou e bebeu, no segundo show no Rio ela cantou 10 músicas (parece que cansou de cantar) e saiu do palco, no terceiro show (segundo do Rio) ela cantou todas as músicas de novo, no quarto show em Recife ela cantou, bebeu, caiu e levantou.

Aí chegamos a São Paulo, que foi o lugar escolhido por mim para ir ao show (alguns fatores para a escolha: Amo São Paulo, show no sábado, amigos por lá e amigos daqui indo pra lá). Quando chegamos ao show (éramos quatro), estava tocando um mix de artistas do Brasil, ruim não foi, mas não passou do bom também.

Quando começou o show do Mayer Hawthorn (que confesso, nunca tinha ouvido falar e, parte do público também), eu esperava que não fosse tão bom, mas foi! O cara tem uma voz linda, músicas ótimas, é super agradável, conversa e interage com a platéia (inclusive contou uma história ótima que foi confundido com Tobey Maguire no aeroporto de Floripa) e, estava todo arrumado, com terninho azul.

Janelle Monáe começou o show com um vídeo no telão falando um monte de coisas que no início era para ser impactante, mas no fim se tornou massivo e cansativo (era um festival com 30 mil pessoas, quem iria prestar atenção?). O show dela inclui performances, danças junto com a banda, pintura de um quadro durante uma música, rolar no chão, molhar o cabelo (atrapalhar o cabelo) e passos e tendências ao estilo Michael Jackson. A voz dela é linda demais, mas o show é exagerado (pelo menos ao meu ver), achei ela meio louca demais.

E chegamos á Amy. Pra começar, foi o show que mais demorou e, eu estava tensa imaginando que ela não iria aparecer, que estava bêbada no seu hotel em Santa Tereza (bairro de BH, mas ela estava no do Rio mesmo). Mas ela apareceu, cantou meio fora do ritmo, esqueceu uma letra e cantou a música toda novamente, mas cantou. Que voz ela tem! Agradeço muito por ter ido ao show dela. Voz linda mesmo! Nas duas primeiras músicas, tive a impressão de que ela estava chorando, os olhos estavam lacrimejando, pareceu. Quando começou a cantar as músicas de Back to Black, a platéia foi ao delírio, cantou todas as músicas junto com a Amy e, por isso, não dava para escutar direito a própria (e, eu estava lá pra que mesmo?) por isso, por mais que eu amei quando cantou "Tears Dry on their Own", "Back to Black" e "Love is a Loosing Game" entre outras, foi quando ela cantou “I Heard Love Is Blind”, por exemplo, (que pouquíssimos sabiam cantar junto) foi que pude escutar a capacidade de voz que ela tem, e, meu Deus! Que voz linda! Que poder!  E, que desperdício.

Desperdício uma pessoa dessas se acabar com as drogas. Uma pena. Uma pena maior quando parte da platéia vibrava toda vez que ela bebia algo em uma caneca. Uma cambada de adolescente querendo se mostrar transgressor e aplaudindo a decadência de um ídolo (não deles, mas meu pelo menos). 

O show dela deveria ter sido em local menor. Tem caráter mais intimista, um Palácio das Artes de Belo Horizonte, por exemplo. Claro que o lucro naquele lugar (Arena Anhembi) vezes 5 apresentações é melhor para a produção, mas por vezes eu prefiro a qualidade da produção. Paciência.

Um detalhe: Acabou a cerveja do show justo no show da Amy. Irônico, não é?!

Ps 1: Demorei uma semana para escrever sobre, pois li tantas criticas que me confundiram um pouco.

Ps 2: Parece que virou moda falar mal da Amy e de todos os shows dela. Ela não interage muito com a platéia, mas acredito que é o jeito dela. Super introspectiva. Como eu não espero que um cantor seja um animador de festa, eu gostei muito do show e ainda bem.