09 novembro 2009

1989

Eu não estava lá.
Aliás, eu nunca estive lá.
Mas nem por isso me senti menos emocionada com essa data.
Não tenho um lado político, sou a favor da liberdade de ir e vir e contra qualquer tipo de opressão de governo. Acho que o Estado não deveria ter o poder sobre as pessoas dessa forma.
Na minha memória mais recente, o mais próximo que eu estive da DDR foi com o filme Adeus, Lênin! Que é um dos filmes mais bonitos que já vi, pela narrativa romântica, simples e bem feita.
Da parte ocidental, tenho a mais próxima referência na janela da minha casa.
Mas, o que interessa hoje é a queda do muro. Ou melhor, os 20 anos da queda do muro.
Porque o muro não separou somente país e cidade, separou famílias e todo o mundo.
Em um século XX recheado e movido por guerras e mortes trágicas, que na minha humilde e leiga opinião, levam nada a lugar nenhum, o muro foi construído para mostrar exatamente o que o mundo vivia na época: países querendo "dominar o mundo" e se matando, se territorializando e querendo tomar o poder a qualquer custo.
Não vou citar chefes de estado, presidentes ou qualquer um que tenha tentado em algum momento ser o presidente do mundo. Não quero citar, na verdade. Todos aprendemos em livros de história. Vá ler um pouco!
Eu me alonguei de novo e nada de muro...
Quando vejo as imagens de 20 anos atrás da população quebrando desesperadamente o muro, subindo, gritando e festejando com as pessoas do outro lado, sempre me leva a pensar na "ação coletiva".
No ideal para a população.
Sei lá...
Quando tem essa ação coletiva, sempre me emociono.
Ver que o mundo parou para ver o muro sendo quebrado, para ver a separação sendo acabada...
Em uma entrevista que vi agora na tv, um alemão diz: "Deixamos de ser Alemanha e viramos Europa!"
Isso, bem-vindo ao mundo!

Hoje, 20 anos depois, após me emocionar (de novo!!) com o show do U2, cantando One, vi em um gesto muito singelo uma da mais bonitas representações da queda do muro.
Foi a queda dos murinhos de isopor (dominós), desenhados por crianças, assistida ao vivo por milhares da população, com chuva e 5 graus congelantes.
Porque não há frio que cale a vontade de celebrar e gritar a Alemanha livre!

E eu, que não conheço, morri de vontade de estar lá hoje.
No frio, na chuva, mas ali, exatamente onde a história aconteceu e acontece.
Ali, onde é comemorado os 20 anos de liberdade.
Ali, eu e meu fusca rosa, feliz em sua terra-mãe.

Um comentário:

Bruno disse...

Nasci um ano antes da queda do Muro de Berlin. Hoje sou professor de História.

Me arrependo de não ter presenciado isto. Imagino que quem via os destroços daquele muro sonhava com um mundo com mais liberdade, tolerância, compreensão, e até afeto. E naquele momento acho que o mundo presenciou aquilo mesmo. Tudo bem que tudo isso é um tanto utópico. Mas o mundo precisa de utopias, de gente que não julgue alguém por uma mísera peça de roupa.

O mundo regrediu.