Muito mais do que conhecimento teórico e técnico, um professor precisa
de amor para repassar o seu conhecimento.
Semana passada eu tive a oportunidade de fazer um curso de Teoria,
Linguagem e Critica Cinematográfica. Eu já havia feito uma matéria em um
semestre na faculdade sobre cinema (História e Análise da Produção Audiovisual
Contemporânea, a famosa HAPAC na PUC). Na faculdade, estudei sobre os
irmãos Lumière, sobre Eisenstein e até fiz um videoclipe baseado no
Expressionismo alemão a partir do “O Gabinete do Dr. Caligari” (que o youtube
insiste em não me deixar publicar).
Acontece que a matéria que eu tive na faculdade não foi boa. Pelo
simples fato de a professora não conseguir transmitir o conhecimento dela para
a turma. Faltava entusiasmo ali e faltava querer passar o que já sabia para os alunos
que não sabiam nada. Por isso, o semestre foi mal aproveitado.
Mas, o que eu quero com esse texto é enfatizar o curso que eu fiz na
semana passada, ministrado pelo critico de cinema Pablo Villaça.
O curso possui um cronograma que engloba crítica, narrativa, direção, montagem,
roteiro, entre outros.
Foram mostradas cenas de vários filmes para que a turma conseguisse ver
na hora o que tinha acabado de aprender (o que me fez fazer uma lista dos filmes
que eu preciso rever e dos que eu preciso ver. Aliás, quem souber como consigo
ver “Doze homens e uma sentença”, de 1957, eu agradeço).
O que mais me surpreendeu no
curso é a aula que enfatiza a psicanálise (sem nenhum spoiler aqui). A
identificação do espectador no cinema baseado nos estudos de Freud e Lacan me
deixou surpresa, pois não tinha conhecimento dessa visão.
No último dia do curso, o Pablo nos mostra como escreve suas críticas e
nos orienta a escrevê-las o mais rápido que pudermos para conseguirmos colocar
no papel aquilo que aprendemos durante os 5 dias de curso (que poderiam ser
mais, pois o curso é muito bom).
E, é exatamente isso. Ele não precisaria repassar o conhecimento para
ninguém. Poderia ser um crítico e só. Mas não, ele pode ser mais. Ele pode te
ensinar o que ele sabe e faz. Ele pode te indicar todos os livros necessários e
todos os filmes (vejam todos os filmes possíveis, ele diria). Ele pode
inclusive te ajudar na carreira de crítico de cinema.
Isso é amor por aquilo que faz. Isso é segurança e certeza de um
trabalho bem feito. E está aí uma característica que eu admiro no ser humano. A
capacidade e, principalmente, a vontade de repassar o conhecimento adquirido durante
a vida. E aí é preciso de amor, de gostar e ter paixão pelo trabalho que faz.
4 comentários:
Belo texto!
Eu não estudo nada na área pra ter uma base de comparação dentro do tema, mas dá pra perceber como o Pablo é apaixonado pelo cinema e consegue passar isso pra gente. Não que seja muito difícil, porque o cinema é apaixonante, mas ele também tem um conhecimento inegável, sabe do que tá falando, confia no que sabe. Achei lindo, isso.
Lembra do que ele falou no primeiro dia, sobre como se emociona vendo o público do curso? Eu achei isso incrível também. Na nossa turma tinha gente com 18 anos e gente com 55. Um monte de cinéfilos reunidos pelo cinema, e fora dali cada um faz uma coisa diferente, tinha de tudo! É lindo, lindo.
Um beijo, Nívea, foi um prazer te conhecer!
Parabéns pelo post, ficou bem bacana. Eu mesmo vou escrever a respeito, mas comentando no Blog dele mesmo.
O curso foi muito bacana, até melhor do que eu esperava. Acho que tive essa sensação porque o Pablo conseguiu mostrar que além de ter MUITO conhecimento sobre cinema ele ama muito o que faz.
Estou esperando o Módulo 2 agora =D
(Sobre o comentário no meu blog: pode cozinhar um pouco sim! Se quiser, pode até colocar um pouco no microondas, é bem rápido!)
Nivea, você conseguiu colocar no papel tudo que eu senti no curso do Pablo. Parabéns pelo post!
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